Epílogo
Estávamos em uma das noites
mais frias na Geórgia, a guerra estava em seu auge, soldados mutilados de ambos
os lados gemiam pelos cantos, o som de balas sendo disparadas era incessante e
eventualmente víamos o clarão e o estrondo de granadas.
Escondidos atrás de uma
grande rocha estávamos eu, o corpo do general James e o único médico da tropa, Loise. Aguardávamos o sinal dos nossos companheiros para atacarmos os sulistas
quando vimos um vulto vindo em nossa direção da floresta. Apontamos nossas
armas em sua direção, e vimos que era uma garota ferida no ombro, Loise correu
em sua direção e trouxe-a para que tivesse melhor visão do ferimento. Ela
estava tão fraca que desmaiou no caminho. Loise colocou sua cabeça em minhas
pernas.
- O que faz uma garota no meio deste inferno?- Perguntou ele assustado. Dei de ombros.
- aguarde mais um instante para que eu possa ver o ferimento. - assenti com um
aceno de cabeça.
Em quanto ele via seu
ferimento, comecei a encará-la, ela era loira e estava com um vestido
azul e uma capa preta longa, mas a coisa que mais me chamou a atenção era
uma marca no seu fino pescoço em forma de estrela. Desvio o olhar imediatamente
quando vejo que ela esta abrindo os olhos, grandes olhos azul fitam os meus
castanhos, e noto que no fundo de seus olhos nasce uma coloração esverdeada.
Ela levanta de supetão e segura meus ombros como apoio. Vejo Loise com os olhos
arregalados. Ela se recupera um pouco da tontura e ajoelha de lado para nós
dois.
- Você esta bem?- Pergunto perplexo por ela se recuperar são rápido.
-Sim estou, mas vocês têm que fugir. -diz ela apressadamente. - Minerva esta
despertando e ninguém aqui ira escapar, vão e fiquem o mais longe possível
daqui, e rápido. - Dito isso ela corre novamente em direção a floresta.
Olha
para Loise que estava recolhendo rapidamente o cantil com água e pondo em seu
ombro.
- O que esta fazendo! Não me diga que realmente acreditou nessa ladainha?- ela
me encara e antes que perceba me dá um soco no rosto e amarra minhas mãos.
Tento desferir um soco nele, mas ele desvia. - Pare Loise! Eu não irei desonrar
minha família!- Loise seguro meus punhos e diz.
- Peter me... Escute ao menos!- paro de tentar acertá-lo, ambos
estávamos sem fôlego. -quando fui ver o ferimento da garota, não havia
bala e sim uma marca em forma de estrela. Que brilhava e me assustei, pois me
lembrei de ter visto esta marca. Quando ela disse sobre Minerva
imediatamente acreditei nela. Minerva ela a bruxa que matou minha família
quando era apenas um garoto, a marca da estrela é o símbolo que ela deixa nas
vitimas que a confrontam ou ficam no seu caminho e eu a tenho. -Dito isso ele
levanta a manga da blusa e mostra em seu braço a marca de uma estrela dourada. - Eu
não ficarei aqui mais um segundo e se quiser se juntar a mim ficarei
feliz, mas se quer ficar lhe tiro esta amarra e vou-me embora.- fico alguns
segundos em silencio absorvendo as suas palavras. Então dou minha resposta.
- eu irei contigo!- Ele abre um sorriso e desamarra minhas mãos.
Corremos
até acharmos uma grande árvore que ficava um pouco mais longe da guerra. Estávamos
nos arrumando para pernoitar ali quando uma luz intensa se forma em meio ao
campo de batalha, era tão intensa que cegaria qualquer um que estivesse olhando
diretamente para lá. Estávamos de costas esperando a luz passar e depois de
alguns segundos ela se foi deixando apenas uma faísca que mostrava a
imagem exata de uma mulher que flutuava no céu escuro. Sua voz estava fraca de
onde estava, mas mesmo assim consegui entender o que dizia.
- Quem teve a petulância de tirar Valentina Minerva de seu
descanso eterno!- ela diz isso e com um movimento de mãos soltou um raio,
não vi em quem, mas, ouvi um grito agudo de dor e depois outro de ódio.
- Carlos Meu irmão!- Minerva ria como louca, até que se ouviu o grito de varias
pessoas de uma vez. -Maldita!- e depois vário tiro a atingiram e ela caiu.
Alguns
segundos depois ouvimos uma voz fraca demais para identificar, mas que foi se
intensificando até se tornar uma risada maligna e grave, outro clarão apareceu
no céu. Virei rapidamente de costas e esperei a luz ir embora, quando virei
novamente para frente Minerva estava gargalhando novamente e flutuando.
- Tolos! Eu sou imune as armas criadas pelo homem!- ouve um gemido geral dos soldados.
- Mas saibam que este ato só me trouxe mais ódio. - ela começa a jogar uma seqüência
de raios que ela usa como correntes, depois levanta uma grande parte da terra
fazendo vários soldados caírem em fendas que os esmagava como
formigas. Depois de torturá-los ela para e diz.
- cansei! De brincar agora vocês iram sentir a minha ira!- ela faz um
movimento com as mãos e diz três palavras pausadamente. - Mortalis... Conseptos...
Temporiun! - e uma luz intensa cobre tudo. Meu corpo estremece
e desmaio.
Em
minha mente escuto uma risada assustadora que vai desaparecendo aos poucos e
dando lugar a uma voz doce e suave que clamava por meu nome.
-Peter,
Peter Evans, sei que ainda vive, então ousa com atenção. - Escutando aquelas
palavras senti-me aliviado, a voz continuou a falar- Através de uma magia
antiga de proteção consegui salvar você e seu companheiro de se tornarem almas aflitas
no inferno, mas a magia de Minerva era muito forte e atravessou meu campo,
vocês pegaram pouca radiação mágica, mas se tornaram C.E. I corpos eternos invisíveis.
– Meu alivio desaparece neste instante, queria
ais que tudo fazer perguntas, mas não consegui falar, era uma sensação horrível,
como se tivessem colocado algo no fundo de minha garganta. A pessoa da voz
começa a falar novamente, e tento abrir meus olhos para ver quem é, mas não
consigo.
-Peter
acalme-se, dei-lhe um remédio que cura por dentro e é este que lhe impede de
falar ou abrir os olhos. Vou tentar explicar o que significa os C.E. I são
pessoas que ganham vida eterna, mas seus corpos tornam-se invisíveis, as outras
pessoas podem sentir seu toque mas não
iram enxergar você. As únicas pessoas são meus descendentes de sangue. Procure- os através do tempo. Tenho que ir
agora.
Horas
se passam, fico tentando processar todas estas informações, até que consigo
abrir os olhos. Vejo que estou em atrás de uma moita e que ao meu lado há uma
placa brilhante com escritas coloridas e divertidas que diziam “Parque de diversões magia & Alegria”. Havia varias pessoas saindo e entrando de
lá, todas alegres, levantei-me e fui em direção a entrada. Lá eles tinha varias
maquinas estrondosas gigantescas com nomes estranhos, ouvi pessoas rindo e
garotas vestindo trajes estranhos, garotos e garotas falando uma língua estranha
com palavras como “ Valeu”, “Mané” e algumas expressões estranhas . Parecia um
mundo novo.
Uma
senhora de uns 70 anos pisa em meu pé e olha para trás, digo a ela que esta
tudo bem, mas ai lembro que ela não me escuta. E como o esperado ela passa sem
olhar para trás. Continuei andando, mas agora de cabeça baixa, até que ouso uma
voz fina e fraca de uma garotinha, ela vinha com sua mãe em minha direção, era
uma garotinha de uns 7 anos, com seu vestido rosa e cabelos castanhos, mas uma
coisa me chama a atenção, no fundo de seus olhos castanhos escuros, dava para
ver uma coloração esverdeada.Fico encarando ela até chegar ao chegar ao meu
lado, nesta hora ela para e me encara de volta, ficamos assim por alguns
segundos, até ela se virar para a mãe.
-Mamãe!-
ela chama a mãe que olha para ela com um sorriso. - olha que moço estranho
esse!- Diz ela apontando para mim, fico paralisado com as palavras dela. A mãe
dela começa a procurar o que a menina esta mostrando, mas não acha. - Aqui
Mamãe! Aqui!- a mãe olha em minha direção e faz uma expressão confusa.
-Meu amor, você
deve estar cansada né?- A menina olha para ela coça os olhos. –Vem vamos tomar
sorvete e depois ir para casa.
-Ok Mamãe!- ela
se vira novamente para mim e abre um lindo sorriso. –Tchau moço estranho!
Aceno para ela
enquanto observo as duas desaparecerem na escuridão. Imediatamente me sinto
sozinho. Mas agora tenho uma esperança.